sexta-feira, 31 de outubro de 2014

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pensamos que vamos ver todas as pessoas até sempre. até que morrem os maiores pilares da nossa infância, os avós. aprendemos a viver assim e vamos interiorizando que o mundo onde crescemos já não existe, sem ligar muito a que a geração agora mais velha é a dos nossos pais.

pensamos que vamos ver toda essa geração a morrer de velhice, felizes e durante o sono calmo. aparecem doenças mas parece que nada abala esse pensamento.

depois pensamos, já em forma de desejo, ver aquelas pessoas sempre ali, a fazerem o que sempre fizeram e gostam, a apaixonarem-se pelos nossos filhotes e a amá-los como se fossem seus netos.

e depois há um dia em que muda.

o meu tio Custódio que sempre me tratou como uma filha, e aos meus filhos como netos. que sempre me deu carinho a mim e ao meu marido, como outros não conseguiram, que nas últimas vezes que viu os meus filhos, babou-se pelo S e fartou-se de elogiar e brincar e amar a D.

para o meu tio Custódio que se foi embora hoje.

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