sexta-feira, 25 de julho de 2014

medos de uma mãe de dois

se calhar medo é uma palavra forte. mas para o post de hoje, medo é a melhor palavra.

hoje foi (está a ser) a primeiro início de noite sozinha com os dois miúdos. noite significa, hora crítica de comidas e dormidas. a D com 22 meses, o S com 14 dias. a correr bem. muito bem.

parece-me que se fala pouco. no geral. parece que temos sempre medo de admitir que houve momentos difíceis. medo de admitir que tivemos medo. falamos pouco de coisas importantes. admitir que foi difícil, mas conseguimos, algures, ou talvez não - ainda não conseguimos superar algo, ou percebemos que afinal era melhor outra alternativa. ou mesmo que correu mal e desistimos.

apercebi-me que após um filho nascer, é normal haver receios que antes não existia, como conduzir com o new born sozinhos, tomar banho sem outro adulto em casa.

neste momento, após o meu segundo filho nascer, tenho medo da logística sozinha. muito devido aos turnos do A.

quando o A trabalha das 24 às 08h, ficar sozinha durante toda a noite com os dois, ambos acordarem ao mesmo tempo. um acordar o outro. especialmente (e porque o S praticamente não tem dormido à noite com cólicas) se o S acordar repetidamente a D..

quando o A trabalha das 16 às 24h, estar sozinha ao ir buscá-los, tirá-los do carro sozinha (e muito provavelmente a chover torrencialmente), ter a possibilidade de colocar o mais novo num marsúpio, mas se estiver a chover, não sei se isso ajuda ou não, visto que ajudaria muito estar sentada para o colocar no marsúpio. ter de subir um andar de escadas com um ovinho e uma miúda que ainda precisa de dar a mão para subir as escadas (sim, eu sei que eles crescem, mas esta é a realidade actual - e felizmente, já estamos há vários meses a treiná-la a subir e descer escadas). ou subir as escadas com um ao colo e outra na mão, e se ambos adormecerem no carro, ter de acordar a mais velha para subir sozinha. dar banhos sozinha. dar jantar sozinha, todas as rotinas da noite sozinha. RESPIRAR.

o S estava previsto para o final de Julho e como o trabalho do A fecha sempre durante três semanas em Agosto (e obrigatoriamente os trabalhadores têm férias nessa altura), fiquei cerca de nove meses feliz e contente com estarmos cerca de dois meses juntos, a quatro. e eis que o miúdo decide nascer uns dias antes (quase duas semanas), e eis que reparo que este ano, as férias começam na segunda semana completa de Agosto, em vez de ser na primeira. e eis que descubro, tal bomba, que antes das férias, o A ainda tem de ir trabalhar quatro dias, das 24 às 08h da manhã.

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